Capítulo Doze

O entardecer derramava seus tons quentes sobre a vila, tingindo os telhados de barro e os coqueiros ondulantes com matizes de âmbar e carmim. Bruna estava na varanda da pousada rústica, deitada numa espreguiçadeira de madeira gasta, com um livro aberto sobre o colo, mas os olhos vagavam perdidos além das páginas, fixos no ponto onde o mar beijava, interminavelmente, a areia fina e úmida.

Seu corpo, bronzeado pela primeira vez em anos sem as marcas da tensão e da angústia, reluzia sob o vestido leve de algodão branco. As alças escorregavam suavemente dos ombros, revelando o início da curva generosa dos seios e a pele aquecida pelo sol. Ela fechou os olhos por um momento, inspirando profundamente aquele ar impregnado de sal, jasmim e uma liberdade que ainda não sabia como usar.

O som ritmado de chinelos se aproximando pela passarela de tábuas arrancou-a do torpor. Abriu os olhos e viu, como um furacão tropical, Gabi surgir à sua frente: bronzeada, vibrante,
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