A tarde dissolvia-se lentamente, tingindo de âmbar os contornos das folhas, as fachadas rústicas e os lençóis finos que dançavam nas varandas da vila. Bruna desceu pela ruela estreita, a areia fina colando-se às sandálias, o vestido leve acompanhando o compasso incerto do seu coração.
Não havia planos concretos, tampouco um convite expresso, mas a decisão de passar pelo restaurante parecia inevitável. Não sabia ao certo o que buscava: um prato, um pretexto ou apenas aquela troca silenciosa que vinha se acumulando desde a primeira vez que cruzaram olhares.
O Hanok estava mais vazio que na noite de inauguração, e a atmosfera íntima do lugar parecia intensificada naquela tarde morna. As luminárias ainda estavam apagadas, mas as janelas abertas deixavam entrar a brisa salgada que perfumava a madeira e as flores frescas.
Ele estava ali, atrás do balcão, organizando pequenas tigelas de cerâmica com a precisão que ela já começava a reconhecer: delicada, firm