A noite se derramava sobre a vila como um véu de linho translúcido, embalando os contornos da praia, suavizando as palmeiras e tingindo o céu de tons índigos e dourados. Bruna ajustou o vestido leve sobre a pele ainda quente do dia. O linho branco marcava suavemente suas curvas, insinuando mais do que revelando, e quando se viu no espelho do quarto da pousada, sorriu — não como quem busca aprovação, mas como quem, aos poucos, se reconcilia com a própria imagem.
Gabi apareceu à porta, vibrante, com um vestido estampado de flores miúdas e o bronzeado que o sol de poucos dias já lhe desenhava. Luca, mais atrás, encostado na varanda, observava as duas com aquele olhar displicente de quem sabia o efeito que causava, mas preferia apenas assistir.
— Pronta? — perguntou Gabi, os olhos brilhando, e Bruna respondeu com um aceno, o coração batendo um pouco mais rápido do que admitiria.
Era apenas a inauguração de um restaurante — assim tentou convencer-se. Mas o