A neblina baixava em ondas sobre o vilarejo adormecido de Vyr. Densa, densa demais. Como se a própria noite sangrasse pelas ruas.
Selena e Rurik chegaram aos limites da cidade antes do amanhecer. A estrada de terra os levou a uma espécie de checkpoint improvisado — dois postes de madeira cravados no solo, marcados com símbolos pintados com sangue fresco. Uma mulher os aguardava.
Alta, rosto coberto por um véu prateado, ela não falava. Apenas levantou uma das mãos, estendida como quem exige silêncio. Ao seu lado, um garoto segurava uma espécie de sino invertido — não tocava som algum, mas a cada passo que davam, Selena sentia algo vibrar sob a pele.
— Isso aqui não é normal — murmurou Rurik, mão já no cabo da espada.
Selena avançou, sem medo.
— Eles não vão nos impedir. Eles sabem quem eu sou.
De fato, a mulher apenas baixou a mão e se ajoelhou. O garoto a imitou. Nenhuma palavra. Apenas reverência.
O sino brilhou brevemente. E então, a passagem foi liberada.
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Dentro de Vyr, as casa