O templo era luz e caos.
As runas traçadas por Selena pairavam no ar como serpentes incandescentes, zumbindo com um som que não era som — uma frequência antiga demais para ouvidos humanos. Mael’ith, pela primeira vez, hesitou. Não por medo. Mas por reconhecimento.
— Você se lembra mesmo… — ele disse, baixo, quase com reverência. — A linguagem da ruína.
Selena sangrava da palma e da boca, mas mantinha o braço erguido, desenhando no ar o símbolo final. Seus olhos estavam vazios, brilhando branco. A magia pulsava direto do sangue — um tipo de feitiço que exigia não palavras, mas dor.
Sacrifício.
Rurik, ao lado dela, estava meio transformado, peito arfando, arranhado, coberto de suor e fúria. Ele sentia tudo, mesmo sem entender os detalhes.
— Você vai selá-lo?
— Vou tentar. Mas selar Mael’ith exige algo que só eu posso dar.
Ele rosnou.
— O quê?
— Minha lealdade. Ou minha vida.
O olhar de Rurik se tornou selvagem.
— Então é a porra de nenhuma dessas opções.
— Eu escolho. — respondeu ela, f