Sento-me novamente, aceitando a xícara de chá que a mãe de Zoe me oferece. A mesa está coberta com rosca, bolo, geleias caseiras e pão de mel ainda morno. O cheiro é acolhedor, e o calor do ambiente só não é maior do que o das risadas que já ecoam pela sala.
Zoe se acomoda ao meu lado, e Gabi já está a mil, falando como se tivesse guardado a semana inteira dentro da garganta.
— Vocês não têm noção do que foi isso aqui! — ela começa, toda animada. — Uma das cabras fugiu do cercado e foi parar no telhado da casa da Dona Cida. Juro. No telhado.
— No telhado? — Zoe arregala os olhos. — Como isso é possível?
— Eu também queria entender! Mas acho que aquele bode de olhar cínico ajudou. Conspiração pura. Dona Cida achou que era sinal da Deusa e tentou amarrar um lenço na cabeça da cabra.
— Não acredito — Zoe leva a mão à boca, rindo.
— E quando fui ajudar, ela tentou me expulsar com um ramo de alecrim — completa Lord, com a expressão mais séria do mundo, como se fosse rotina.
— Isso acontece