A noite estava clara demais. A lua cheia pairava no céu como um olho prateado vigiando tudo em silêncio. Aurora caminhava sozinha pela floresta, seus pés descalços tocando a terra fria. O manto escuro arrastava entre as folhas, e o coração batia como um tambor lento e dolorido.
Ela havia deixado Kai dormindo sob a proteção de Othar. Não avisou ninguém. Não queria testemunhas. Nem aliados. Nem julgamentos. Apenas a Lua.
Chegou a uma clareira onde o tempo parecia não tocar. As árvores ao redor estavam em silêncio. O vento cessara. E a lua brilhava diretamente sobre o círculo de pedra antiga.
Aurora entrou devagar, os olhos fixos no céu.
— Eu sei que você me ouve. Sempre ouviu. Desde a primeira vez que minha pele queimou com sua marca.
Ela se ajoelhou no centro do círculo.
— Eu não vim pedir respostas. Não vim pedir força. Nem vingança. Vim