Ninguém quer encontrá-lo e principalmente, ninguém quer receber uma visita dele. Ele nunca traz mensagens boas, só morte e destruição. Seu trabalho é seu ganho e não poupa ninguém, pois nunca foi poupado e sua rainha o comanda com punhos de fogo. Ele é o próprio ceifeiro, mas ela prefere chamá-lo de mensageiro, pois o que ele faz é uma mensagem para os outros para que não afrontem a Morte. Lia era uma menininha linda e doce, que se encheu de amores por um de seus mestres. Mas o coração dele estava vazio de amor e não a poupou de suas maldades. Agora Lia é adulta, carrega consigo a marca e o fruto da violência dele. Será que um dia ela conseguirá se livrar desse pesadelo ou ele estará sempre a atormentar a sua vida? Dois corações maltratados, duas vidas complicadas e uma vingança no meio. Eles foram unidos pelo laço do destino que une os companheiros místicos, mas será o suficiente para apagar o passado?
Ler maisNo centro do grande salão de jantar, em uma mesa de madeira extensa e sem toalha, haviam algumas crianças comendo. Em um balcão transversal à mesa na largura do salão, um jovem passava bistecas em uma churrasqueira elétrica.
Ao lado, pronto para ser servido, um prato continha uma bisteca muito bem passada, com as beiradas pretas de queimado. A próxima garotinha da fila, parou em frente ao jovem e sorriu, recebendo um movimento rápido de cabeça, indicando que pegasse o prato separado. Todos olhavam para ela, mas não comentavam nada, ao vê-la feliz ao encaminhar-se para a mesa, como se aquela carne queimada fosse a iguaria mais deliciosa do mundo. Quando todas as crianças estavam servidas, uma anciã entrou no salão para cumprimentá-las e parou ao lado da menina, que comia a carne dura e queimada, com dificuldade. — Pare, Lia. Não coma esta carne — olhou para o jovem, fuzilando-o com o olhar. — Aqui ninguém é especial, todos devem receber a mesma porção. Pegue seu prato e leve de volta, o mestre Natanael te dará outro. Acompanhou a menina com os olhos, vigiando as ações do rapaz, para que ele não maltratasse mais a menina. Ela voltou, não tão alegre como da primeira vez, mas entendeu que não podia ser tratada melhor que os outros. A anciã Marla Meridian saiu, levando o mestre Natanael consigo e um cuidador ficou com as crianças. Josué, um dos alunos mais velhos, apesar de só ter nove anos, aproveitou que estava ao lado de Lia, para falar. — Você é uma bobona mesmo, será que não percebe o que ele faz com você? — perguntou, sério. — Ele diz que sou especial e mereço ter tudo diferente. — explicou a menina, sorridente. — Quem cortou seu cabelo, Lia? — perguntou ele, olhando aquele monte de fios desencontrados, tortos e arrepiados, que eram lindos antes de serem destruídos. — Foi o mestre, ele disse que estou linda. — respondeu a menininha. — Linda? Olhe para o cabelo de todos, você é a única que está — fez uma cara de desagrado, apontando para sua cabeça — desse jeito, horrível. E esta roupa, deve ter sido ele que escolheu também, não é? — questionou Josué. — Sim, foi — respondeu Lia, com a boca cheia, segurando a carne com a mão. — Pois olhe os outros, suas roupas são novas, limpas e cheirosas e a sua é velha, rota, encardida e cheirando a sabão em barra. Não acredito que você gosta disso? — comentou Josué, aborrecido. — Ele disse que vocês tudo, tem inveja de mim e que dizeriam isso — continuou comendo. — E essa carne? Com certeza está melhor que a outra, que estava queimada de propósito, só para você comer uma coisa ruim. Porque você não percebe que ele está te maltratando? Para de achar que ele está te tratando bem e que gosta de você, porque ele não gosta. — Josué já tinha terminado de comer seu almoço, levantou-se e saiu, não queria mais estar perto de Lia. Lia só tinha seis anos e ainda não entendia a maldade humana e nem a sobrenatural. ** Dez anos depois. Apesar de todo o tratamento ruim que Natanael dedicou a Lia, ele não foi substituído, mas também não pegou mais, tão pesado, com a menina. A anciã Marla, tentava controlar ao máximo a conduta de seu neto, não compreendia o porquê dele tratar aquela menina daquela maneira. Mas neste dia em especial, ela jamais poderia imaginar que, aquele jovem em quem ela nutria tanta esperança de um futuro próspero para si, fosse capaz de cometer um ato tão vil e desrespeitoso. Ela sentiu uma sensação ruim, como se uma névoa escura de maldade rondasse a sua cabeça e saiu de seu escritório para investigar o que poderia ser. Foi até o coordenador do colégio e perguntou se estava tudo bem e onde estavam as crianças. — Bom dia, anciã Meridien, as crianças estão tendo uma aula especial sobre acasalamento, cada uma foi destinada ao seu mestre para uma aula particular. — Oh, não… então é isso — saiu andando ligeiro e seguindo a onda de maldade conforme ficava mais forte e entrou sem pedir ou bater, no quarto de Natanael. O que viu, deixou-a estarrecida, mas já era tarde. — Onde ela está? — perguntou para Natanael, que estava sentado na cama, recostado na cabeceira, com suas partes íntimas cobertas com a ponta de um lençol. Ele indicou a porta do banheiro com o queixo. A anciã não conseguia crer no que estava vendo. Havia correntes amarradas na cama que deviam ter prendido a jovem fêmea, assim como um lenço jogado que devia ter sido usado como mordaça. O cheiro de sexo, sangue e outros odores não nomináveis, enchia o lugar e os resíduos que sujavam o lençol, davam uma ideia do que Natanael havia feito com a fêmea. Foi até o banheiro e entrou, também sem pedir ou avisar. Viu a fêmea quase desfalecida na banheira, onde a água estava avermelhada por seu sangue. Saiu para pegar uma toalha e perguntou, entristecida: — Por quê você fez isso, meu neto? — Agora ela sabe a quem pertence e quem se aproximar dela, também vai saber. Nunca mais ela desejará acasalar, até que chegue o tempo de eu a buscar. — Você é um monstro e eu quero que você saia e vá embora dessa instituição, já está na hora de você cumprir o seu destino e não volte mais. Não vou lhe castigar por isso, porque quando esta fêmea descobrir o que significa tudo o que você fez, ela mesma irá atrás de você para se vingar. — O que queria que eu me tornasse, vovó? Fui feito para matar como serviçal da própria morte. Só fiz instruí-la a aguentar o sofrimento e a dor, pensando que é bom. Se foi errado, o tempo dirá. Natanael levantou-se sem se preocupar com sua nudez, vestiu-se e saiu, sem despedir-se e sequer olhou para a fêmea ferida ou para sua avó. Lia ouviu tudo do banheiro e finalmente compreendeu o que tanto Josué a alertava e ela não acreditava. Ela não era especial de maneira boa e sim para receber os desmandos cruéis de seu algoz e agora, estava marcada para sempre e dificilmente conseguiria acasalar com outro.Quase dois anos se passaram e vários casais se formaram, acasalando e tendo seus filhotes, prosperando a cidade dos Supremos. Alfa Conrad abriu uma madeireira que deu emprego para muitos machos. Também fizeram uma captação de água natural com tubulações para abastecer a cidade.A luz ficou por conta do sistema de captação de luz solar, formando assim, a primeira Alcateia ecológica. Natanael instruiu sobre o cuidado e preservação da fauna e flora, para que nunca lhes faltasse o alimento. E nesse sistema, com tudo fluindo bem, resolveram fazer uma festa grandiosa, celebrando a vida, os novos casais e filhotes, assim como a renda que passaram a ter com a boa administração.Toda a Alcateia estava envolvida nos preparativos. Arrumaram tudo em uma grande clareira, de onde foi comercializada a madeira, que foi aberta para abrigar grandes eventos. Haviam comidas, barracas para diversão, brincadeiras para as crianças e até um recinto cercado e coberto para os menores.No centro, tinha um gran
Natanael surpreendeu-se com sua fêmea, primeiro por tomar a iniciativa e depois por ter se depilado todinha para ele, estava linda. Dedicou-se a excitá-la o máximo possível e quando a penetrou, foi a glória para seu eu, pois se sentiu o grande macho alfa que encontrou sua companheira e finalmente estava completo em sua alma. Percebeu que alcançou seu ponto de prazer interno e ela gozou sem ele nem estocar. Só então se movimentou dentro dela e a fez gozar mais uma vez. Estava sendo cuidadoso para que ela tivesse prazer antes que buscasse a sua própria satisfação. Ela chegou nesse ponto máximo de prazer e colocou-a de quatro e a penetrou por trás e agora sim, foi com vontade e sem medo de ser feliz.Estocou profundamente e sentiu a pressão em seu corpo e no dela. Suas bolas estavam inchando e ele estava a ponto de soltar sua semente quando ouviu ela gemer de prazer, tendo mais uma liberação e isso fez ele chegar a um gozo tão grande e profundo, que seu membro ficou preso e não parava
Só ao ouvir aquelas palavras, foi que Natanael parou de se admirar. Virou-se para quem falou e tentou explicar:— Não é por me achar lindo, é por não entender o que aconteceu. Como posso ter ficado com essa aparência, de repente? Você também está diferente, mais linda ainda. — Eu posso explicar, venha, vamos sentar naquele tronco ali adiante, na sombra. — falou Lia, estendendo-lhe a mão, sem parar de admirá-lo.Ele acompanhou sua fêmea e sentaram-se para conversar.Lia contou tudo que refletiu e o que fez. Ele ficou sério e não gostou, mas preferiu não se pronunciar. Quando ouviu que o próprio diabo apareceu na conversa, não aguentou, em um pulo ficou de pé e começou a reclamar.— O que você tem na cabeça, Lia? Primeiro desafia a Morte e depois faz tremer o próprio inferno, onde mais você quer chegar? — esbravejou.Lia se aproximou dele e tocou de leve em seu rosto, o toque da Peeira o acalmou.— Ouça tudo, por favor. — As palavras mágicas sempre funcionavam.Ele voltou a sentar-se.
Desta forma decidido, terminaram o café, foram para a sala de estar, Karina abriu o portal e todos passaram, chegando na sala da casa do Alfa, na Alcateia onde morava Conrad. Karina conhecia a casa, das memórias de seu companheiro, assim como conhecia aquele que os olhava surpreso.— Minha— MeuO atual Alfa, Connan e Renata, reconheceram-se como companheiros, mas a expressão pesada que se fez em seus semblantes, dizia tudo. Eles gostaram, claro, mas os dois estavam com suas almas quebradas e tinham medo do que teriam para dar ao outro, pois no momento, só o que tinham, era dor e pesar.O jovem Alfa passou pelas afrontas daqueles usurpadores, que com a ajuda da bruxa, dominaram a Alcateia e depois que seu irmão partiu, atrás de conseguir vencer o mal com o poder da Peeira, Connan ficou nas mãos daqueles homens depravados, servindo de joguinho para eles. Sua alma quebrada, nem se sentia mais no direito de ter uma companheira, tal a afronta que sofreu a sua dignidade de macho Alfa.Ren
Conrad chegou próximo a cela e a bruxa sorriu, irônica, para ele.— O que foi, Alfa? O Supremo não pôde vir resolver o problema sozinho e enviou seu cachorrinho. — deu uma gargalhada, como a louca que era.Paula esqueceu dos efeitos de se usar muita magia negra e, aos poucos, sua malignidade tomava conta por completo do seu cérebro, deixando-a louca. O Alfa Conrad não falou e nem esperou, soltou todo o seu poder e dominância em um único uivo, direcionado a bruxa, que também era uma loba, era, pois seu corpo carcomido pela magia negra, explodiu em uma gosma negra e pútrida, esparramando pelo chão.Conrad parou com sua manifestação de poder e calou-se, observando o surgimento de uma chama azul violeta e alaranjada, consumindo toda aquela sujeira. Era Karina, mesmo de longe, completando a ação de seu companheiro através da ligação dos dois.Conrad, então, dirigiu-se à cela ao lado, onde estava o estarrecido e imóvel companheiro da bruxa. Com apenas uma das mãos, o Alfa arrancou a porta
Conrad franziu a sobrancelha e voltou a falar ao povo:— Está dado o aviso, podem voltar aos seus afazeres e mais tarde, haverá uma convocação da Peeira, não saiam de casa para nada, até que seja dada a liberação. É para o seu próprio bem.— A quem a Peeira vai convocar? — perguntou um jovem mais ousado e Conrad gostou disso.— Aos desgarrados. Como não sabemos o ânimo deles, é melhor se protegerem. Qual é o seu nome, rapaz? — perguntou Conrad, provocando um certo receio no jovem.— Onofre, Alfa Conrad. — respondeu cismado.— Muito prazer, Onofre, amanhã cedo, quero que você se apresente ao escritório na casa do Supremo, para trabalhar comigo. Combinado? — perguntou Conrad, sorrindo ao perceber o alívio de Onofre.— Combinado, Alfa. Obrigado pela oportunidade. — agradeceu o jovem Onofre, filho de lobo com bruxa.Conrad conseguia imaginar o quanto aquele jovem seria poderoso e útil para a Alcateia.Todos se dispersaram e Karina e Conrad foram para sua cabana, tinham coisinhas a fazer d
Último capítulo