A manhã nasceu turva. A névoa se espalhava rasteira entre as árvores como dedos gelados querendo sufocar o chão. Agnes despertou com o coração acelerado, o corpo encharcado de suor e os olhos arregalados. Tinha sonhado com sangue. Com uivos. E com Aurora, coberta de luz, caindo mais uma vez da cachoeira, mas dessa vez rindo da sua cara enquanto sumia nas águas escuras.
Kai não estava na cabana. Damon o havia levado antes do sol nascer. Os servos andavam mudos, olhos baixos, sorrisos forçados. Mas Agnes percebeu o que estava acontecendo antes mesmo de alguém abrir a boca. Os boatos corriam como fogo em mata seca.
— A Lua apareceu — sussurrou uma curandeira para outra do lado de fora. — Dizem que Ela falou com o Alpha… disse que Aurora vive.
— E que o traidor está dentro da própria cabana dele… — completou a outra, olhando em volta.
O mundo de Agnes desabou em silêncio. A visão es