Julgamento de Sangue
O sol nasceu cinzento sobre a mansĂŁo.
Nem os pĂĄssaros ousaram cantar.
No centro do salĂŁo de pedra, Maelis estava de joelhos.
Os braços amarrados com correntes de prata ritual.
A pele marcada pelos selos de julgamento.
Ao redor, os membros do conselho sussurravam entre si.
Alguns exigiam execução.
Outros, prisĂŁo eterna.
Mas todos⊠esperavam minha palavra.
Eu, a Luna marcada pela lua e pela traição.
Kael estava ao meu lado, em silĂȘncio.
Os olhos fixos em mim.
Ainda havia distĂąncia entre nĂłs.
Mas também⊠algo mais forte que nunca.
Rafael mantinha a postura rĂgida, mas nĂŁo me olhava nos olhos desde a noite anterior.
Darian observava Maelis com pesar.
Talvez soubesse que, no fim, perderia ambos: a mulher que amava⊠e a que seguia.
Respirei fundo.
â Maelis Vharyn.
VocĂȘ quebrou os selos lunares.
Escreveu em sangue no templo sagrado.
E entregou conhecimento aos inimigos.
Ela ergueu o rosto, orgulhosa até o fim.
â Sim.
Porque antes de ser sua seguidora, fui filha de um mun