Entre o Grito e o SilĂȘncio
A entrada da caverna era um tĂșnel de nĂ©voa e luz.
O cheiro de sangue e magia queimava minhas narinas.
Mas eu nĂŁo hesitei.
Eu vi Marco.
No chĂŁo, arfando. Os olhos de Kael me procurando como se eu fosse a Ășltima centelha de um mundo em ruĂnas.
E atrĂĄs dele, Tenebris.
Sangrando, mas ainda inteiro.
O lobo corrompido, olhos em brasas, corpo marcado por uma força que nĂŁo era sĂł fĂsica â era maldição pura.
Rafael parou ao meu lado. Zahor rugia dentro dele.
â Estamos dentro de um ninho de sombras â ele murmurou. â Se cruzarmos, nĂŁo tem volta.
â Eu nĂŁo vim para voltar.
Eu vim para lutar.
Selyra se ergueu em mim.
E pela primeira vez, nĂłs duas falamos juntas.
â Ele Ă© nosso.
Avançamos.
O chão da caverna parecia pulsar com cada passo. Como se a terra estivesse viva⊠ou tentando nos avisar.
Mas jĂĄ era tarde.
O chamado entre mim e Marco era mais forte do que o medo.
Quando me aproximei, Kael se ergueu, ainda cambaleante.
Seus olhos se encontraram com os meus.
E naquele ins