🌑 Capítulo 15

O Chamado da Rainha Vermelha

Acordei com o som do meu próprio coração batendo.

Forte.

Errado.

Como se não batesse só por mim.

Me sentei na cama devagar. Os lençóis eram de linho escarlate, finos como névoa. O teto, alto, esculpido em arabescos dourados. O ar tinha cheiro de rosas… e sangue.

Mas não era a mansão.

Nem a floresta.

Era outro lugar.

— Onde estou? — murmurei, mas minha voz parecia distante, como se saísse de outra boca.

Selyra não respondeu.

Ela estava quieta.

Atenta.

Em silêncio profundo.

Levantei, ainda nua, com a pele coberta de pequenas feridas secas. As marcas da luta. Os sinais da mudança.

As janelas estavam abertas, e por elas não se via o mundo — apenas um céu vermelho e uma névoa que dançava como véu.

— Ela acordou.

A voz me gelou a espinha.

Do canto da sala surgiu uma mulher.

Alta.

Pele alva como marfim.

Cabelos longos e negros, até a cintura, ondulados como sombras em movimento.

E os olhos… os olhos eram completamente vermelhos.

— Quem é você?

Ela sorriu, suave,
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