Quando o Uivo Rompe o Medo
A floresta explodiu em rugidos.
Entre as árvores, sombras vivas dançavam com fĂşria. Os corpos se chocavam com tanta força que o solo tremia sob meus pĂ©s. Marco já nĂŁo era mais homem. O Alfa havia emergido — e ele era belo e terrĂvel como uma tempestade de fogo.
Kael, o lobo dele, era imenso. Pelagem escura como breu, olhos como carvões em brasa.
E ele estava furioso.
Mas os inimigos eram muitos.
Lobos deformados, com cheiro de carne queimada e corrupção, cercavam a clareira. E mais deles surgiam do escuro, saindo debaixo da terra como vermes.
Eles nĂŁo lutavam com honra.
Eles caçavam para matar.
— CORRA! — Marco rugiu, a voz distorcida pela forma do lobo.
Mas eu nĂŁo consegui.
NĂŁo por medo.
NĂŁo por fraqueza.
Porque Selyra se ergueu.
Ela se levantou dentro de mim como uma chama dourada, selvagem, insubmissa.
VocĂŞ nĂŁo Ă© feita para correr, ela disse dentro de mim.
VocĂŞ nasceu para liderar.
Meus ossos começaram a arder.
As mĂŁos tremeram.
O peito