🌒 Capítulo 55

Reflexos do que Fomos

Acordei antes da aurora.

O corpo ainda vibrava do toque da Deusa.

As marcas prateadas em minhas mãos não desapareceram.

Elas pareciam vivas.

Mudavam de forma, pulsavam com a luz.

E dentro de mim, Selyra… silenciava.

> “Estou aqui, mas você está além.”

Me ergui da cama, nua, ainda sentindo o gosto do sangue de Kael nos lábios, como se a noite anterior tivesse marcado mais que nossa pele — tivesse fundido nossas essências.

Mas o que agora me queimava por dentro não era desejo.

Era poder.

Cru e antigo.

Feminino e cruel.

Algo que não pedia permissão para existir.

Caminhei até os espelhos do Salão Lunar.

Antigos.

Altíssimos.

Feitos de prata pura.

Diziam que refletiam não apenas o corpo… mas a alma.

E que diante deles, nenhuma mentira sobrevivia.

Sozinha, retirei o manto.

Me encarei.

Pele branca, corpo marcado pelas escolhas, cabelos soltos como mar.

Mas quando ergui as mãos, os espelhos reagiram.

As superfícies tremeluziram, como se fossem água.

E então… mostraram.

Vi
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