O Nome do Herdeiro
A floresta inteira pareceu respirar de forma diferente quando o primeiro uivo cortou a noite.
Não era o uivo de um lobo comum.
Era um som carregado de ecos antigos, como se a própria terra chorasse e rugisse ao mesmo tempo.
Eu senti a vibração nos ossos.
E a partir daquele instante, tudo mudou.
As barreiras espirituais da Irmandade começaram a se romper como vidro sob pressão.
Cada explosão mágica iluminava a escuridão por um instante antes de mergulhar todos em sombras ainda mais densas.
Marco vinha à frente.
Não como um Alfa.
Não mais.
Ele era uma sombra em carne.
Seus olhos estavam tomados por uma luz negra, como brasas apagadas.
O corpo pulsava com uma energia corrompida.
— Ele não é mais ele — sussurrou Thoren ao meu lado, os olhos dourados prontos para a batalha.
— Ele é o monstro que criou ao negar seu próprio destino — respondi.
As primeiras criaturas chegaram aos portões do santuário.
Não eram bem lobos, nem humanos.
Eram algo entre os dois.
Seres moldados