Os dias que se seguiram foram como uma sucessão de pequenos rituais silenciosos, que Bruna e Jae-Hyun repetiam com uma naturalidade que os surpreendia.
Já não havia mais a urgência nervosa dos primeiros encontros, nem o receio sufocante de romper alguma barreira invisível — havia, sim, uma tranquilidade delicada, quase terna, no modo como se aproximavam um do outro, como se cada momento partilhado fosse tecido com o fio fino e precioso de uma intimidade nascente.
De manhã, muitas vezes, encontravam-se no mercado pequeno da vila, entre barracas improvisadas que exalavam o cheiro agridoce das frutas tropicais e o sal persistente que subia do mar.
Bruna adorava observar a maneira como Jae-Hyun falava com os vendedores, em português com um leve sotaque, sorrindo com aquele jeito reservado e elegante que parecia tão natural nele.
Ele, por sua vez, sempre a olhava com um misto de admiração e curiosidade, como se quises