Quando o Jake desliga o motor em frente à minha casa, meu choro já diminuiu bastante, mas alguns soluços ainda escapam, teimosos. Sinto os olhos pesados, a garganta arranhando. Uma dor surda ainda pulsa no peito, mas pelo menos agora... eu consigo respirar.
— Venha tomar alguma coisa. — ofereço, a voz baixa, mas firme.
— Tem certeza? Você precisa descansar...
— Seu chefe pode até te tratar como um simples motorista, mas não é o meu caso. Você não é meu funcionário.
Jake hesita por um segundo, analisando minha expressão. Mas diante da minha determinação, e talvez também por perceber que eu realmente preciso de companhia, ele apenas assente com a cabeça e sai do carro comigo.
Inspiro fundo. O ar da noite está fresco, e uma brisa suave toca meu rosto, como um consolo silencioso. Leva um pouco da dor, mesmo que só por alguns segundos.
— É por aqui. — indico com a cabeça, caminhando à frente.
Jake dá uma última olhada na limousine, aciona o alarme e a tranca. Em silêncio, ele me acompanha