Não sinto dor. Ele deve ter errado a mira. Estou bem… não me machuquei.
Minhas mãos tremem, mas meu corpo permanece inteiro. Abro os olhos e, ofegante, levanto o rosto devagar, o mundo ao redor ainda parece girar.
— Ryan… — murmuro, quase num sussurro, a voz falhando de emoção.
Ele me segura com força contra o peito, como se tivesse acabado de me resgatar do próprio abismo. Me agarro à sua camisa, sentindo o tecido fino sob meus dedos trêmulos, e o cheiro inconfundível dele me invade como um bálsamo.
— Katerina! Você enlouqueceu?! Não pode ficar aqui!
A voz dele é firme, mas não há raiva, só angústia. O tipo de angústia que se sente quando quase se perde algo que ama.
Observo cada traço de seu rosto, como se o estivesse redescobrindo. Os olhos intensos, o maxilar tenso, os cabelos ligeiramente fora do lugar. Meu corpo relaxa lentamente, como se só agora reconhecesse que está salvo.
Vejo o Jake em movimento, ágil como um felino, agarrando o homem que minutos antes apontava uma arma par