O céu de Palermo amanheceu pesado, com nuvens cinzentas deslizando sobre os majestosos prédios de vidro e pedra, parecendo curvar-se sob o peso de uma atmosfera opressiva.

O vento frio do Mediterrâneo cortava o corredor do tribunal, levando consigo um sopro de desespero que ressoava em cada canto daquele espaço austero.

O sobretudo de Luchero Vasilis balançava suavemente, como se o mundo ao seu redor estivesse em perfeita sintonia com sua angústia.

Naquele instante, o homem elegante e sóbrio que todos conheciam — sempre bem vestido, com um ar de confiança indiscutível — não passava de um pai aflito.

Ele estava exausto de lutar contra a indiferença da mulher que um dia dissera amar; suas memórias de momentos felizes juntos agora se projetavam como sombras, ocultadas pela cruel realidade.

O aroma de café amargo e papel molhado pairava no ar, uma mistura de promessas não cumpridas e esperanças abafadas, enquanto aguardava na sala de vi