Durante semanas, cada visita agendada seguia o mesmo roteiro sombrio: uma mensagem fria, um compromisso “inadiável” ou uma viagem “urgente” que parecia sempre surgir de repente, como se o universo estivesse conspirando contra a possibilidade de um reencontro genuíno. Luchero já não nutria mais esperanças, sua fé mais frágil que uma teia de aranha, quase invisível em meio ao caos.
As assistentes sociais, com o semblante sério e determinado, registravam as ausências como se fossem um diário de dores, e o juiz, ao analisar os relatórios, começava a perceber um padrão alarmante, um ciclo de evasão que indicava muito mais do que simples contratempos.
Mas, naquela manhã chuvosa de terça-feira, quando as nuvens pareciam refletir a angústia acumulada ao longo dos meses, o improvável aconteceu — Chiara finalmente apareceu.
O corredor do Centro de Convivência Familiar mergulhou em um silêncio quase palpável ao vê-la entrar. O som dos seus saltos, agudos