A entardecer tingia o céu de Palermo com tons de ouro e lavanda. A cobertura de Luchero parecia respirar em silêncio, iluminada apenas pelo reflexo suave das luzes do berçário. Quando Nicola chegou, trazia o perfume leve de lavanda e um brilho nos olhos cansados, mas felizes. Assim que entrou, as gêmeas, acomodadas nos bercinhos, começaram a balbuciar como se sentissem sua presença.
— Olha só pra isso... elas já me reconhecem pelo som dos passos, — disse, rindo baixinho, enquanto se inclinava para beijá-las. — Boa noite, minhas princesas... a mamãe-Nicola chegou. Luchero observava da porta, de braços cruzados, lutando contra o sorriso. A forma como ela dizia “mamãe-Nicola” era tão natural que o próprio coração dele acreditava.
Logo em seguida, Lucrécia apareceu, carregando uma sacola com pequenos vestidos.
— Trouxe umas coisinhas novas, minha filha, — disse, colocando sobre a poltrona. — Elas estão cada dia mais lindas, meu Deus! Nicola pegou uma d