POV Isabela Costa
O silêncio no carro era cortante. Daniel dirigia com os olhos fixos na estrada e a mandíbula travada. A tensão entre nós ocupava o espaço como um veneno invisível. As mãos dele apertavam o volante com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos. Eu mantinha o olhar na janela, vendo os postes passarem como estacas cravadas na noite.
Nenhuma palavra. Nenhum som além do motor. E mesmo assim, parecia que estávamos gritando um com o outro desde o momento em que deixamos aquele salão. Chegamos à mansão. Ele abriu o portão com o controle automático e estacionou sem olhar para mim. Desci sem esperar. O salto batendo contra o piso da garagem parecia uma marcha fúnebre. Entrei. Subi direto para meu quarto. Fechei a porta com calma. O silêncio, agora, era meu escudo.
Tirei o vestido com um suspiro longo. O zíper deslizando parecia um alívio. Entrei no banheiro, lavei o rosto, tomei um banho rápido e prendi o cabelo em um coque. Deitei na cama, mas não dormi. Fiquei d