Zeca não respondeu. Apenas estendeu a mão com naturalidade para Letícia, e ela aceitou como se fosse parte de uma coreografia que já conhecia bem. A cena se desenrolou diante dos meus olhos quase em câmera lenta: ele guiando-a até a pista de dança, os dois se posicionando com familiaridade, como quem já havia feito aquilo muitas vezes antes.
E então começaram a dançar.
Não era só técnica — era sintonia. Os passos de Zeca eram firmes, seguros, e Letícia o acompanhava com uma leveza que parecia ensaiada. Eles se encaixavam de um jeito que me incomodou mais do que eu gostaria de admitir.
Fiquei ali, sentada, fingindo que observava a decoração da festa, as luzinhas penduradas nas árvores, o movimento das pessoas nas barraquinhas… mas meus olhos voltavam para eles, como se minha curiosidade tivesse vontade própria.
E foi aí que senti. Uma pontinha de ciúmes.
Ridículo.
Balancei a cabeça discretamente, como se tentasse espantar o pensamento. Não fazia sentido. Eu mal conhecia Zeca. Ele era g