O sol ainda não tinha nascido direito quando comecei a arrumar minha mala. Cada dobra de roupa parecia carregar um pouco da minha ansiedade — e da certeza de que aquele era um passo necessário, mesmo que custasse um pedaço do meu coração.
Dona Gertrudes apareceu na cozinha com uma cesta de pão fresco e um olhar cheio de carinho.
— Vai com calma, menina. Não precisa correr. Vai resolver o que tem que resolver, mas aqui tem sempre um cantinho guardado pra você — disse, com um sorriso doce.
Aquele gesto simples me trouxe conforto, e por um momento a vontade de ficar quase venceu.
Zeca apareceu na porta do chalé, com o olhar quieto, como sempre. Não disse nada, só deixou um pacote p