43. Xama e seus enigmas.
Alpha Lohan
A noite caiu sobre Vale Verde com uma melancolia que nem o vento conseguia varrer. O céu parecia mais distante, e até os lobos silenciaram seus uivos, como se estivessem de luto.
Sentei-me na pedra que ladeia o mirante da montanha, onde costumava vir com minha esposa. Foi aqui que a pedi em casamento, foi aqui que rimos, discutimos e sonhamos. E foi aqui que jurei proteger a nossa filha.
Fracassei nas duas promessas.
Fechei os olhos e pude vê-la: a Luna, com seus cabelos dourados como o sol, sorrindo com ternura enquanto embalava nossa filhinha. Hoop era pequena, cheia de vida. Seus olhos eram verdes como os meus, mas o fogo em sua alma… esse vinha dela.
— Desculpa. — sussurrei para o vazio. — Eu devia ter protegido vocês.
Mas não protegi.
Minha esposa morreu pelas mãos do destino… e minha filha foi marcada por ele. Eu não estava quando ela se foi, não pude impedi-la.
Estava perdido nesses pensamentos quando senti o ar mudar. O vento parou. O silêncio ficou denso. As árvore