89. Celebração
Hoop
A celebração aconteceu sob a Lua cheia, que reinava alta e imponente no céu como se tivesse sido convocada especialmente para aquele momento único da nossa vida. O círculo sagrado brilhava com a dança das tochas e dos cristais espalhados pela relva, refletindo a luz prateada que parecia abençoar nossa união. Nossa alcateia não estava sozinha; aliados de outros clãs, o conselho e seus acompanhantes cercavam o círculo, todos em silêncio, como se até mesmo o vento tivesse parado para ouvir o que estava prestes a acontecer.
A xamã surgiu no centro, envolta em mantos prateados que refletiam a luz da Lua como se a própria Deusa a tivesse vestido. Seus passos eram lentos, quase etéreos, e quando ela ergueu os braços, o ar pareceu vibrar, carregado de energia. Sua voz, firme e ao mesmo tempo doce, ecoou pelo campo.
Seus cantos não eram apenas sons: eram vento, eram água, eram fogo e terra. Cada palavra tinha peso, cada verso era uma invocação que nos envolvia por dentro. Eu podia sentir