33. Lobo negro.
Hoop
Ficamos nos encarando por longos segundos.
A respiração dele está ofegante, o corpo tremendo, como se estivesse lutando contra si mesmo. Há dor em seu olhar. Uma dor que me dilacera por dentro sem explicação.
Dou um passo hesitante.
Depois outro.
— Você está… ferido? — pergunto em um fio de voz, sentindo as lágrimas se misturarem à chuva.
Ele dá um último rosnado fraco e… desaba diante de mim, caindo com um baque surdo sobre a terra molhada.
Corro até ele, ajoelhando-me mesmo com as pernas trêmulas.
— Connor…
Seu nome escapa dos meus lábios como um sussurro de desespero.
A chuva continua caindo, lavando a terra, escondendo as lágrimas que escorrem pelo meu rosto. Ajoelhada ao lado do corpo daquele lobo enorme e negro, seu pelo ensopado, sujo de lama, sangue e folhas… sinto meu peito doer.
Meu coração pulsa tão alto que abafa o som da tempestade. Não sei como sei… mas é ele. É ele, o homem do meu sonho.
Estendo as mãos trêmulas e toco seu focinho. Ele está quente. Vivo. Mas seu pe