23. Visões.
Connor
Caminhava sem rumo, perdido em meus próprios pensamentos. Aquilo não podia ter sido só um sonho… O gosto dela ainda estava nos meus lábios, o cheiro doce de canela e baunilha ainda impregnava meu corpo. Eu a senti. Eu a tive em meus braços.
Mas como?
Levanto os olhos para a lua, como se pudesse encontrar respostas no brilho prateado.
— Por que fez isso com ela? Qual o propósito de tanto sofrimento? — sussurro, com a voz embargada.
Mas, como sempre, o silêncio foi a única resposta.
Desabo no chão gelado, sentindo o frio atravessar minhas costas. A cabeça pulsa em dor, latejando como se estivesse prestes a explodir.
Se ela estiver na minha alcateia… como vou tirá-la das garras do meu pai?
Por que ele a mantém prisioneira?
Será que… não. Não pode ser. Ele não teria motivo. Ou teria?
Meus devaneios são interrompidos por um movimento à frente. Um grande veado-branco surge entre as árvores, seus olhos brilhando como pequenos sóis. Ele me encara por um instante e então se vira, cami