A poeira levantada pelo carro do produtor ainda pairava no ar quando o silêncio tomou conta da fazenda.
O som do motor se perdeu na estrada, e o que restou foi apenas o canto distante das cigarras e o farfalhar das árvores que pareciam cochichar algo que ninguém mais entendia.
Rafael ficou parado por alguns instantes, olhando para o horizonte, sem saber se devia se sentir aliviado ou arrependido. O peito pesava, e o violão — sempre companheiro — agora parecia um fardo. Ele o segurava pelas cordas, com os dedos trêmulos, como quem segura uma lembrança que ainda não sabe se quer guardar ou esquecer. Isabella o observava de longe, do alpendre.
O vento brincava com o tecido leve do vestido dela, e o rosto, normalmente firme, estava marcado por uma mistura de ternura e inquietação. Ela queria correr até ele, dizer que tudo ficaria bem, mas algo a fez ficar quieta. Talvez fosse o respeito pelo momento, ou o medo de ser o motivo pelo qual ele desistira de um sonho.
Seu Anselmo, sentado n