No campo dos fundos, as estacas de madeira realmente estavam comprometidas. Rafael pegou uma das ferramentas e começou a cavar os buracos para as novas estacas, enquanto Álvaro observava.
— Você sabe que não é só cavar, né? — disse Álvaro, com um tom debochado — Tem que ter jeito pra firmar a madeira. Se não, na primeira chuva, cai tudo.
Rafael ergueu o rosto, suado.
— Eu sei. Já vi Isabella fazer isso.
Álvaro soltou uma risada curta.
— Isabella, claro... sempre ensinando. Mas você devia aprender com homens de verdade.
Rafael se levantou devagar, apoiando as mãos na pá.
— O que você quer dizer com isso?
— Nada demais. — respondeu o primo, fingindo inocência — Só que certas coisas não se aprendem lendo livro de música ou sonhando com palco. Aqui é vida dura. Campo não é pra qualquer um.
O silêncio entre eles pesou. Rafael sentiu o sangue ferver, mas engoliu a raiva. Voltou a cavar, cada golpe da pá contra a terra era como um soco contido.
Isabella chega.
Alguns minuto