Narrado por Zaiden Marevick
A pista de patinação dormia sob a respiração fria da madrugada, envolta num silêncio quase sagrado. O gelo refletia a luz pálida do luar, e cada centelha congelada parecia vibrar com a tensão entre nós dois.
Ela estava ali.
Tão perto.
Tão pronta para fugir.
Tão pronta para se perder.
Zalea.
A menina feita de faca e melancolia, que dizia “não” com os olhos mesmo quando a boca tremia de desejo.
Eu me aproximei, sentindo o ranger do gelo sob minhas botas ecoar como promessas quebradas. Meus olhos prenderam os dela — grandes, escuros, com aquele brilho que me desafiava a desvendá-la, a destruí-la, a salvá-la. Ela era a única que me fazia esquecer o controle. Ou querer fingir que eu o perdi.
Estendi a mão, e toquei seu rosto.
A pele dela estava fria, mas havia um calor oculto, quase como um segredo guardado sob a superfície. Meu dedo deslizou pela mandíbula delicada, marcando território como um predador que já sabia que aquela caça pertencia a ele.
— Você acha q