A presença da Filha Perdida preenchia tudo.
Não tinha rosto, mas tinha presença.
Não tinha voz, mas cada palavra dela vibrava dentro do peito de Lyria.
A capa cinza ondulava, mesmo sem vento.
A mãe ficou entre Lyria e a figura, como se quisesse impedir contato.
“Você não deveria estar aqui.”
A Filha Perdida inclinou a cabeça.
“E você não deveria ter mentido.”
Lyria sentiu o ar ficar pesado.
Mentido?
Ela olhou para a mãe.
— O que ela quer dizer com isso?
A mãe não respondeu.
A figura avançou devagar.
“Sua mãe te trouxe para a Terra Entre Mundos para te proteger.”
“Mas também… para esconder a verdade.”
Lyria fechou os punhos.
— Que verdade?!
A Filha Perdida ergueu a mão.
O chão inteiro tremeu.
E uma visão se formou — não como memória, mas como janela aberta:
A mãe de Lyria parindo duas crianças, gêmeos, luz e sombra.
Mas ao fundo, havia TERCEIRA forma.
Um pequeno corpo, quase etéreo.
Fraco.
Frágil.
E a mãe — desesperada — segurando aquele bebê que não respirava.
Lyria levou a mão à