đ€đ„ CAPĂTULO 63 â PARIS NĂO DORME⊠E NEM ELES.
Paris.
15h44.
Heliporto privado.
O vento cortava.
O barulho das hélices fazia o chão vibrar.
O cheiro? Uma mistura absurda de querosene, couro caro e perfume francĂȘs molhado em perigo.
A porta do helicĂłptero abre.
Valentina pisa primeiro.
Salto agulha cravando no concreto como se fincasse um aviso no mapa:
âA mulher errada chegou.â
Vestido preto, justo.
Costas nuas.
Fenda lateral que nĂŁo sugeria pecado â ela declarava.
Blazer jogado nos ombros.
Ăculos escuros.
Cabelo solto, ondulado, batendo na cintura com aquele tom de vinho queimado que parece incĂȘndio prestes a começar.
Ela nĂŁo anda. Ela desfila.
NĂŁo pra ser vista.
Pra ser temida.
âž»
Dante vem logo atrĂĄs.
Camisa social preta.
Blazer acinturado.
Calça de alfaiataria impecåvel.
RelĂłgio Patek Philippe no pulso â o tipo de relĂłgio que nĂŁo diz horas, diz âseu salĂĄrio inteiro nĂŁo compra meu tempoâ.
E aquele olharâŠ
Aquele olhar que nĂŁo negocia.
NĂŁo pede.
NĂŁo pergunta.
Ele sĂł avisa: âOu vocĂȘ sai do caminho⊠ou eu passo por cima.â
Ao redor,