As sombras da floresta eram mais suaves agora. Não deixaram de existir, mas aprenderam a conviver com a luz. Um novo tempo exigia mais do que força — pedia sabedoria, compaixão e, acima de tudo, escuta.
Rune caminhava pelas trilhas da fronteira com os olhos atentos. Ainda era o guerreiro de antes — alto, firme, com cicatrizes que contavam histórias — mas havia algo novo em sua presença. Um certo silêncio que carregava como escudo. Desde que a guerra terminara e Lia assumira como Alfa, Rune se tornara o protetor dos limites. Não apenas da floresta, mas dos valores que agora sustentavam a nova alcatéia.
Foi ele quem negociou com os clãs rebeldes. Foi ele quem, ao invés de levantar as garras, ofereceu uma chance. Uma segunda chance.
Certa noite, enquanto observava o luar refletido nas águas do rio preto, encontrou Elian.
— Achei que nunca mais te veria, — disse Rune.
Elian, envolto em uma capa cinzenta, sorriu com melancolia.
— Nunca estive longe. Apenas em missão. Há coisas que só a som