O diário de Lizz é uma obra que retrata a superação de uma jovem escritora. Drogas, alcoolismo e no meio a isso tudo, surge amor e a superação. O vício de uma pessoa começa a partir do momento em que ela não consegue viver mais sem aquilo. Eliza Campos era uma promissora escritora e tinha tudo que alguém da sua idade poderia querer, até infelizmente cair no mundo das drogas e deixar para trás. Cansada de como a sua vida estava e com sede de mudar, ela começa a trabalhar na Editora Monteiro, uma das mais conhecidas do Brasil. Eliza então se vê completamente perdida ao se ver apaixonada pelo seu chefe, o misterioso Pedro. O que espera Eliza nessa sua nova jornada? ------------------------------ “O romance contém conteúdo sexual explícito e recomendada para maiores de dezoito anos” “O romance pode conter conteúdos que causem gatilhos, como Abuso físico e emocional, alcoolismo e drogas. Se for ou estiver sensível a um desses pontos mencionados, por favor, se preserve e leia quando e se, estiver melhor. A leitura deve ser algo prazeroso, sempre.”
Ler maisCapítulo 1
Eliza Campos
A luz suave da manhã me acordou, com um raio de sol que invadiu o quarto. Em vez de trazer paz, aquele dia parecia diferente, como se algo estivesse fora de lugar. Eu me virei na cama, sentindo uma pontada incomoda de ansiedade.
Lá fora, a cidade começava a se mexer sob um céu azul e limpo, mas dentro de mim, uma tempestade se formava. Ainda de pijama, fui para a cozinha, guiada pelo cheirinho bom do café que, estranhamente, não trazia o conforto de costume. Sentei à mesa com uma xícara fumegante e um livro da biblioteca. As palavras que normalmente me transportavam para outro mundo pareciam embaçadas, eu sentia que algo grande estava prestes a acontecer.
Estava tão imersa na leitura que só percebi o celular vibrando na mesa quando ele tocou. Era o Matheus.
— Oi, Lizz! — A voz dele parecia animada, como se tivesse acabado de fazer algo inesperado.
— Oi, Math! — Sorri, surpresa com a ligação. — Não é meio cedo pra você estar acordado?
Ele riu, mas o riso não soou leve como de costume.
— Pois é... acho que o sol resolveu me expulsar da cama hoje. — O silêncio que se seguiu foi desconfortável. Eu queria perguntar o que o incomodava, mas não tive coragem. — Sabe, acordei pensando... sobre aquele café na padoca. Quer dar uma passada lá hoje?
O convite me pegou de surpresa, mas eu adorava aqueles momentos com ele.
— Ah, com certeza! — respondi, tentando esconder a tensão que sentia. — Tô precisando mesmo sair um pouco.
Depois de desligar, fiquei sorrindo, refletindo sobre como a nossa amizade só ficou mais forte depois de tudo que passamos.
Enquanto me arrumava, me vi no espelho. Os meus cabelos ruivos caiam suavemente sobre os ombros, e meus olhos verdes brilhavam com uma mistura de ansiedade e empolgação. Pensei em Matheus e em como ele sempre acreditou em mim, mesmo quando eu duvidava de mim mesma.
Minha vida mudou completamente depois da fase difícil, mas, com Matheus ao meu lado, me sentia forte o suficiente para enfrentar qualquer coisa. Peguei minha bolsa e saí de casa. O sol brilhava forte, iluminando as ruas de São Paulo com uma luz dourada. Caminhei pelas ruas familiares, sentindo a brisa suave no rosto.
A padaria estava ali, na esquina. O cheiro de pão fresco e café me envolveu, mas algo chamou minha atenção: um homem de costas, usando um chapéu de feltro, observava a vitrine com uma intensidade que me deixou curiosa.
E lá estava Susana, uma amiga da escola, atrás do balcão. Seu sorriso radiante era tão acolhedor quanto os aromas deliciosos que enchiam o ar, e seus olhos castanhos brilhavam com alegria.
— Oi, Susana! — cumprimentei. — Tem alguma mesa livre?
— Lizz! — Ela abriu um sorriso radiante. — Claro, vou te arranjar uma mesa, vem comigo.
Ela me guiou até um canto aconchegante, e logo o garçom apareceu, simpático como sempre.
— Oi, bom dia! O que vai querer?
— Um café gelado, por favor. — Sorri de volta, me sentindo em casa.
Logo depois, ele voltou com meu pedido e colocou na mesa com um sorriso antes de se afastar. Tomei um gole do café gelado, apreciando seu sabor rico e amargo. A música ambiente preenchia o local com uma melodia suave, enquanto risos e conversas animadas criavam um cenário acolhedor.
Matheus chegou logo depois, os cabelos rosados brilhando sob a luz. Sua presença sempre carregava uma energia boa, como se ele fosse uma brisa leve em um dia quente.
— Demorei? — Ele perguntou, sem fôlego, mas com aquele sorriso fácil.
— Nem um pouco. — Ri. — Acabei de chegar também.
Ele pediu um café expresso e começamos uma conversa descontraída.
— Eliza, preciso te contar uma coisa... — Ele pegou minhas mãos, mas dessa vez o toque não trouxe conforto. — Uma amiga minha da Editora Monteiro disse que estão precisando de uma secretária. Eu pensei em você na hora.
Minha respiração travou. O nome daquela editora trouxe uma onda de memórias indesejadas. Minha mãe sempre me proibiu de sequer considerar trabalhar lá. Não sabia exatamente o motivo, mas algo obscuro a cercava, algo que minha mãe nunca explicou totalmente.
— Não acredito! — murmurei, dividida entre o sonho e o medo. — Sempre sonhei em trabalhar lá!
— Eu sei! — Ele riu, satisfeito. — Já até passei seu número pra ela. Ela vai te ligar amanhã pra combinar uma entrevista.
Fiquei emocionada com a chance. Trabalhar em uma editora era um sonho antigo, e agora parecia estar ao meu alcance. Matheus sempre soube como me ajudar, mas o que eu mais admirava era sua capacidade de me incentivar sem me empurrar. Ele sempre me deixava tomar minhas próprias decisões.
Eu mal conseguia segurar a empolgação, mas uma preocupação me rondava.
— Matheus... minha mãe sempre teve algum problema com essa editora. — A frase saiu hesitante, e vi um lampejo de tensão nos olhos dele.
Matheus franziu a testa por um momento, mas logo suavizou o olhar, como se já tivesse uma resposta pronta.
— Vai no seu tempo, Lizz. Resolva o que tiver que resolver, mas não deixe isso te parar. Vai lá e arrasa na entrevista primeiro.
Assenti, sentindo um pouco de nervosismo passando. Matheus era assim, sempre me dando espaço para respirar, mas sem deixar de me dar aquele empurrãozinho que eu precisava.
— Você tem razão. — sorri, apertando as mãos dele em agradecimento. — Primeiro, a entrevista. O resto, eu vejo depois.
— Exatamente. — Ele disse, me dando aquele sorriso confiante. — E eu tô aqui, viu? Sempre.
Continuamos a aproveitar o nosso café, curtindo o momento e compartilhando os nossos planos e sonhos. Sentia uma mistura de gratidão, alegria e determinação, sabendo que tinha encontrado alguém especial disposto a me apoiar em todas as adversidades.
Oi, pessoal! Tudo bem? Estou passando para dar uma atualização importante sobre o livro. Depois de refletir bastante, decidi reescrever todos os capítulos. Pode parecer uma decisão um pouco drástica, mas foi algo que senti que precisava fazer. Quando relia o que já tinha escrito, percebia que algumas partes poderiam ser mais bem trabalhadas, cenas mais envolventes, e personagens mais profundos. É engraçado como, na hora de escrever, a gente acha que está tudo certo, mas depois de dar um tempo e reler com calma, vê que sempre há espaço para melhorar.Eu sei que reescrever pode atrasar um pouco o cronograma que eu tinha imaginado, mas prefiro entregar uma obra da qual eu realmente me orgulhe. Acredito que, às vezes, é preciso dar um passo para trás para avançar de verdade. Quero garantir que a história seja exatamente como eu visualizei desde o início, sem atalhos ou partes que não estejam do jeito que eu sonhei. Cada detalhe importa para mim, e eu quero que essa história faça sentido nã
Capítulo 67Eliza CamposO som estava se ponto no horizonte. Provavelmente os convidados estavam se acomodavam nos seus devidos lugares.Estava prestes a me casar com Pedro, e apesar de sentir um pouco de nervosismo, sabia que fazia a coisa certa. Afinal era a primeira vez que me casaria com alguém, passei por um período conturbado de relacionamento com Pietro. Inicialmente não estava certa se estava pronta para tomar esse passo e me casar, mas gradualmente percebi que Pedro era o homem certo para mim.Agora estava me arrumando para o casamento, havia escolhido um lindo vestido branco rendado e estava parecendo uma verdadeira princesa. Glória que estava me ajudando a me arrumar para a cerimônia.Havia se passado três anos desde que minha mãe morreu e infelizmente ela não poderia me acompanhar no casamento, mas sei que sua alma estaria presente.No dia do casamento, enquanto me preparava para caminhar até o altar, eu sentia uma mistura de emoções, alegria, ansiedade e acima de tudo, gr
Capítulo 66Pedro Monteiro.Alguns meses mais se passaram desde quando a mãe de Eliza foi em nossa casa nos pedir dinheiro por estarmos “famosos” segundo ela, mas nós apenas demos uma entrevista para uma emissora famosa daqui de São Paulo.Lucas havia acabado de me informar uma mensagem informando que a sua mãe estava no hospital e que se encontrava muito debilitada.Mesmo que Eliza e ela estivessem brigadas por conta tudo que aconteceu, e com razão me aproximo da minha namorada distraída assistindo televisão com as crianças, que se encontravam deitadas em cima das pernas dela.— Vem aqui, amor. Assistir a um desenho também. — Eliza fala sem desconfiar que algo pudesse ter acontecido com sua mãe.— Amor, o seu irmão acabou de mandar mensagem. — digo.— E o que ele queria? — ela perguntou sem desviar o olhar da televisão.— Ele disse que sua mãe acabou de dar entrada no hospital.Quando falo isso, Eliza olha em minha direção, apesar de tudo que aconteceu, sei que ela ainda ama a sua mã
Capítulo 65Eliza CamposMais um mês havia se passado desde quando realizamos aquela entrevista na emissora local daqui de São Paulo. Acabamos ficando famosos por conta disso, as pessoas acharam incrível a nossa história e nossas conquistas. Recebemos convites para dar entrevistas em outras emissoras, falando sobre nosso trabalho e a importância de se dedicar ao que se ama.Com a fama, vieram também as críticas e as cobranças. Nós tentávamos não nos abalar com essas situações, mas às vezes era difícil lidar com a pressão. No entanto, sabíamos que tudo aquilo fazia parte do caminho que escolhemos seguir.Acabei de receber uma mensagem de Lucas pedindo para encontrar com ele no parque próximo da minha casa.Então me viro em direção a Pedro que estava assistindo televisão com as crianças e falo:— Amor, o Lucas acabou de me mandar mensagem pedindo para me encontrar com ele no parque.— Vai lá — ele fala — vai te fazer bem conversar com ele. Quem sabe ele quer fazer as pazes com você, não
Capítulo 64 Eliza Campos Confesso que não esperava ouvir aquilo da boca de Pedro. Então apenas me sento novamente na minha cadeira atônica com o que havia ouvido, sem acreditar. — Como assim, Pedro. Uma entrevista, assim, do nada? — questiono. — Também achei estranho esse convite que recebemos. — ele fala — mas parece que as pessoas ficaram sabendo do trabalho que realizamos na comunidade, e que adotamos duas crianças. — Não sei nem o que falar, amor. — digo com as mãos no rosto. — Por um momento pensei em não aceitar, mas após pensar por alguns minutos, imaginei que seria legal as pessoas conhecerem a nossa história de vida. — Pedro fala de aproximando de mim, até ficar encostado em minha mesa e com os lábios próximo ao meu rosto. — adoraria contar a todos como te conheci. Quando Pedro fala, me dá uma vontade de provocá-lo. — E você falaria o quê? — naquele momento eu mordia os meus lábios. Consigo escutar Pedro respirando fundo, sabia que o morder de lábios mexia com ele.
Capítulo 63Eliza CamposEu continuava abraçando as crianças no sofá e percebo que elas já estavam dormindo, mas eu não sentia sono, então me viro para Pedro e pergunto:— Amor, tem como levar as crianças para a cama?Ele sorri para mim, me dá um selinho.— Claro, amor — ele responde pegando primeiro Fernanda em seu colo e a levando em direção ao quarto e depois volta para fazer o mesmo com Heitor.Depois que as crianças estão em seus quartos, ele retorna para a sala.— Meu amor, está com sono? — ele questiona após se sentar no sofá.Aproveito que Pedro está sentando no sofá e me deito com minha cabeça sobre as suas pernas, que começa um leve cafuné em meus cabelos, me fazendo suspirar com aquela carícia tão deliciosa.— Não — digo — por mais que tenha acordado cedo, não estou com um pingo de sono agora.— Quer fazer algo agora? — ele questiona com o controle da televisão em mais zapeando os canais, provavelmente tentando encontrar algo legal para assistir.— Não sei — respondo — quer
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