62. Visita da irmã
A sexta-feira começou com um céu nublado, a cidade respirando aquele tipo de umidade que anuncia temporal. Isabela Duarte, já acostumada com o clima imprevisível do Rio, decidiu sair mais cedo para evitar o trânsito. Chegou à Constellation Global com passos calmos, carregando a leveza de quem começava a colher frutos de seu esforço silencioso.
Na mesa da copa executiva, a chaleira elétrica borbulhava enquanto ela organizava o espaço. Os talheres de inox brilhavam sob a luz branca das lâmpadas, e os copos estavam perfeitamente alinhados. O cuidado com os detalhes era algo que, aos olhos alheios, podia passar despercebido, mas para Isabela era quase um ritual de dignidade.
Por volta das dez da manhã, seu celular vibrou discretamente no bolso do uniforme. Era uma mensagem.
“Tô aqui embaixo. Subo?”
Isabela sentiu o coração acelerar.
— A Mariana? — murmurou, surpresa.
Correu para o elevador. Quando as portas se abriram no térreo, lá estava ela: Mariana Duarte, a irmã mais velha, sorr