59. Bilhete na pasta
A manhã começou como tantas outras: café com pouco açúcar, ônibus cheio, o fone de ouvido trazendo alguma paz através de uma playlist instrumental, e a chegada ao saguão da Constellation Global pouco antes das 8h. Isabela Duarte subiu direto para o 15º andar. Havia muito o que revisar antes da próxima reunião com a equipe de Comunicação e, depois, uma passada na sala da Sra. Almeida para falar sobre a próxima campanha interna.
Mas naquela sexta-feira, algo pequeno, quase imperceptível, mudaria o tom de tudo.
Isabela colocou sua bolsa no armário do vestiário, como sempre fazia, e retirou de dentro a pasta cinza onde guardava anotações, ideias, desenhos e os protótipos que vinha desenvolvendo para o novo mural digital da empresa. Ao abri-la, um envelope branco escorregou entre as folhas e caiu no chão, bem aos seus pés.
Franziu o cenho. Pegou o envelope e o virou, reconhecendo de imediato a caligrafia redonda e inclinada: Mariana.
Com as mãos levemente trêmulas — não de medo, mas de