Parte I – A Máscara da Perfeição

Narrado por Sofia

Desde pequena, aprendi que o mundo não é gentil com quem espera. Papai sempre dizia: “Ou você toma o que é seu, ou alguém toma por você.” E eu tomei isso como lei. Enquanto outras meninas brincavam de boneca, eu observava reuniões, escutava conversas sobre contratos, aprendia a sorrir com os olhos e a mentir com a voz. Cresci para ser a mulher que todos admiram — e que poucos realmente conhecem.

A verdade? Eu amo o poder. Amo o controle. Amo ser desejada, temida, respeitada. E odeio, com todas as forças, ter que fingir que sou outra coisa. Essa história de “boa moça apaixonada” me dá náuseas. Ter que sorrir para Isabela, fingir que admiro sua inteligência, que me importo com Ana, que sou a parceira ideal para Pedro... isso me consome. Mas é necessário. Temporário. Estratégico.

Pedro é o prêmio. Não por ele em si — embora seja absurdamente atraente — mas pelo que ele representa. O sobrenome Santos. A fortuna. A influência. O acesso. Est