A manhã seguinte ao acidente de Sofia amanheceu nublada, como se o céu refletisse o peso dos sentimentos que pairavam sobre todos. Isabela, como de costume, seguiu para o hospital para visitar Teresa. Era parte da sua rotina, mas também parte do seu afeto. A cada dia, mesmo sem grandes avanços, ela mantinha a esperança viva.
Ao estacionar o carro, avistou Mônica e Ester, mãe de Sofia, conversando próximas à entrada. Isabela não desviou o passo, tampouco o olhar. Para ela, aquela família era insignificante. Não valia o esforço de uma saudação, muito menos de um diálogo. Seguiu firme em direção ao elevador, ignorando completamente a presença das duas.
Mas Mônica, como sempre, não resistiu à provocação. Sentia-se oprimida por Isabela, e talvez por isso, buscava qualquer oportunidade para cutucá-la. Entrou no elevador junto com Ester e, com um tom de voz alto o suficiente para ser ouvido, disparou:
— Tia, meu cunhado ama tanto a Sofia que deixou de viajar só para cuidar dela no hospital.