Após a longa conversa sobre o projeto, o grupo permaneceu em silêncio durante o almoço. Os pratos foram servidos, os talheres tilintavam, mas as palavras rareavam. Pedro, embora quieto, não conseguia evitar os olhares discretos para Isabela. Havia algo nela que o hipnotizava — a postura firme, o olhar atento, a elegância natural. E aquele silêncio compartilhado entre eles parecia dizer mais do que qualquer diálogo.
Alguns à mesa notaram. Bruno e Antônio, atentos, perceberam que vez ou outra Pedro desviava o olhar do prato para Isabela, como quem tentava decifrar um mistério antigo. Mas ninguém comentou. Era como se todos respeitassem aquele espaço invisível entre os dois.
Já no final do almoço, o telefone de Pedro tocou. Ele atendeu com o cenho franzido, ouvindo atentamente o que era dito do outro lado da linha. A expressão mudou. Ficou tensa, urgente. Ao desligar, levantou-se e pediu desculpas ao grupo.
— Me perdoem, mas surgiu uma emergência. Preciso sair imediatamente.
Antônio e Br