O destino, por vezes, parece cruel. Outras vezes, apenas misterioso. Mas naquela madrugada, ele foi abrupto.
Pedro estava em viagem, hospedado em um hotel luxuoso no interior do país, quando o telefone tocou. O visor mostrava o nome da mãe — uma mulher que raramente ligava, e nunca àquela hora. O coração de Pedro acelerou. Pensou em Ana. Pensou no pai. E, inevitavelmente, pensou em Isabela.
— Alô?
Do outro lado da linha, a voz era tensa.
— Pedro, o mordomo da família Santos ligou. Teresa desmaiou. Está sendo levada ao hospital. Não acorda.
Pedro sentiu o chão sumir sob seus pés. Teresa, sua avó, sua fortaleza. Justamente ela, que havia acabado de se recuperar de uma cirurgia delicada, agora estava desfalecida, sem explicação.
Sem pensar duas vezes, Pedro comprou o primeiro voo disponível. Mas só chegaria em casa no final do outro dia. A distância doía. A impotência doía mais.
Antes de embarcar, pediu que informassem Isabela. Teresa sempre a teve como neta. Sempre a tratou com carinho,