Cinco dias haviam se passado desde que Teresa começara a apresentar traços de recuperação. Pequenos movimentos involuntários, leves alterações nos batimentos, sinais que os médicos chamavam de “respostas neurológicas”. Mas ela ainda estava inconsciente. E a fragilidade do momento pairava sobre todos como uma nuvem densa.
Pedro, ao revisar sua agenda naquela noite, viu que a data da assinatura do divórcio se aproximava. O coração apertou. Pensou em Teresa, em seu estado delicado, e em tudo que ela sempre representou. Pensou também em Isabela — e no quanto aquele ato, naquele momento, parecia cruel.
Mais do que não querer assinar, Pedro sentia que não podia. Não agora. Não enquanto Teresa lutava para viver. Não enquanto Isabela, mesmo distante, ainda era a mulher que ele admirava em silêncio.
Pegou o celular e escreveu:
“Com a avó neste estado, não acho que seja bom assinarmos o divórcio agora.”
A resposta veio minutos depois. Simples. Direta.
“VOCÊ TEM RAZÃO.”
Nenhuma palavra a mais. N