Beatrice Marchesi
Senti o gosto da vitória ainda fresco no ar quando Dante fechou a porta atrás de nós, o som ecoando pela sala ampla do escritório que agora, mais do que nunca, representava nosso domínio. A sensação de poder era indescritível. A Nexus, a empresa que ele construíra agora estava sob meu comando. E, apesar da batalha, apesar das cicatrizes que ainda carregava, aquela era minha hora.
Dante estava encostado no balcão, os olhos brilhando de satisfação.
— Você está bem? — ele perguntou, rompendo o silêncio com aquela voz grave e baixa que me envolvia.
Sorri de leve, mas havia uma sombra naquele sorriso, uma verdade amarga que nem a vitória conseguia dissipar por completo.
— A vingança nunca é plena, Dante. — respondi, virando o rosto para ele, encontrando seu olhar intenso. — Ela mata a alma e a envenena.
Ele se aproximou, o movimento lento, quase cuidadoso, como se quisesse absorver cada palavra que eu dizia.
— É estranho ouvir isso de você — ele comentou, um sorriso maro