Leonardo Vasconcellos
O som da chuva batendo contra as janelas do meu escritório particular era a única coisa que me impedia de ouvir o próprio sangue pulsando nos ouvidos. O dia inteiro eu tinha passado com o telefone colado à orelha, respondendo a ligações de fornecedores impacientes, bancos exigindo garantias e advogados tentando me dar soluções que soavam mais como eufemismos para “você está prestes a perder tudo”.
A Nexus, o império que construí estava se desfazendo mais rápido do que eu conseguia segurar. E, para piorar, eu sabia que boa parte disso era resultado direto da minha própria arrogância. Acreditei que nada poderia me derrubar, e agora o chão sob meus pés era um campo minado.
Fechei a pasta de relatórios financeiros com força, fazendo um estalo ecoar no ambiente silencioso. Eu precisava de silêncio, precisava pensar… mas, como se o destino estivesse decidido a me torturar, ouvi o som das portas duplas da sala se abrindo sem cerimônia.
Isadora entrou.
Vestia um robe de