Narrado por Anya Petrova
O quarto de hóspedes, geralmente usado por visitantes importantes, agora parecia uma pequena enfermaria improvisada. A cama larga estava coberta de lençóis brancos, a cabeceira erguida para que Mikhail pudesse respirar melhor. Dois empregados ajustavam travesseiros, enquanto Irina entrava e saía trazendo compressas e água fresca.
Eu fiquei parada na porta por alguns minutos, observando tudo em silêncio. Ver Dmitri inclinado ao lado da cama, falando baixo com o médico da máfia, era uma cena que me confundia. Ele parecia diferente. Mais humano, quase vulnerável. Por um instante, pensei que fosse outro homem. Mas bastou o médico sair para que aquela máscara fria voltasse ao rosto dele.
Mikhail, mesmo com as costelas enfaixadas e os olhos semicerrados pela dor, não perdeu o deboche.
Mikhail: — Espero que você esteja pagando hora extra para os seus empregados.
Dmitri: — Cala a boca antes que eu mande amarrar você nessa cama.
Mikhail deu uma risada curta, tossiu e f