Narrado por Anya Petrova
O portão da mansão abriu-se com o som metálico de sempre, mas dessa vez havia algo diferente. Do carro preto, Dmitri saiu primeiro, o braço firme segurando Mikhail, que mal conseguia andar sozinho. O amigo mancava, a respiração curta, mas ainda assim havia um sorriso debochado estampado no rosto.
Eu, Polina e Darya ficamos paradas no hall, sem saber se corríamos para ajudar ou se ficávamos apenas observando. Era raro ver Dmitri assim, carregando alguém com tanto cuidado, como se cada passo fosse calculado para que Mikhail não sentisse ainda mais dor.
Irina foi a primeira a quebrar o silêncio, a voz carregada de espanto:
Irina: — Senhor Dmitri, o que aconteceu com ele?
Antes que Dmitri respondesse, Mikhail abriu um sorriso torto e debochado, mesmo com o corte na testa ainda fresco.
Mikhail: — Um caminhão quase conseguiu me atropelar, mas eu fui mais rápido.
Polina e Darya se entreolharam, sem entender se aquilo era piada ou verdade. Eu mesma tive vontade de rir