Antony
O sol da manhã corta as cortinas do meu quarto no rancho, o brilho suave aquecendo o assoalho de madeira e jogando sombras que dançam nas paredes. Acordo com o peso de sempre no peito, como se uma sela mal ajustada estivesse me esmagando. Faz seis meses que Brian se foi, e ainda espero ouvir a risada dele ecoando pelo corredor, zoando meu cabelo bagunçado ou minha mania de tomar café preto sem açúcar. Levanto-me, o chão frio sob os pés descalços, e visto uma camisa e jeans gastos, o chapéu de cowboy pendurado no cabide como um velho amigo. A casa tá quieta, mas o cheiro de café fresco e pão quente sobe da cozinha, onde Emma, nossa cozinheira, já deve estar trabalhando, o fogão crepitando como um hino matinal.
Desço as escadas, o corrimão de madeira liso sob a palma da mão, e encontro Carol e Evelyn na sala de jantar. A mesa tá posta como se fosse um banquete: suco de laranja brilhando em jarras de vidro, ovos mexidos fumegantes, um cesto de pãezinhos dourados que parecem saído