Na arquibancada, o barulho é ensurdecedor — gritos, aplausos, o mugido dos touros. Meu coração acelera enquanto vejo Antony se preparar, o chapéu firme, o corpo tenso. Ele vai montar um touro, e eu nem contei que ele será pai. Se algo acontecer com ele, a culpa vai me engolir viva. Toco a barriga, instintivamente, o segredo pesando como chumbo.
— Não precisa se preocupar, ele faz isso desde pequeno — uma voz grave diz ao meu lado. É um homem de cabelos negros e olhos verdes, com um sorriso gentil que parece genuíno. — Me chamo Caleb, trabalho no rancho da família dele. Ele tá muito feliz com sua chegada.
— Oi, me chamo Carol — respondo, a voz fraca, o medo ainda me apertando. — Não importa que ele monte desde o berço. Eu... só quero que ele saia vivo.
— Ele vai ganhar — Caleb afirma, confiante, e aponta pra arena.
Antony monta o touro, tira o chapéu e pisca pra mim, o sorriso torto me acertando como uma flecha. O animal se agita, jogando-o pra frente e pra trás, mas ele parece no co