Halalá
É um esquema para fazer dinheiro fácil.
Uma prática proibida, pecaminosa. É adultério, é prostituição. É Haram, é proibido. Ele é um gigolô.Mas foi a unica opção que Fátima teve após receber aquela mensagem de seu marido, dizendo que a divorcia três vezes; era terceira vez que a divorciava, mas ela o amava. E queria voltar para ele. Nem que para isso, tivesse que comprar um divórcio; casando-se denovo com um estranho, consumar o casamento e divorciar-se.
Elias vivia uma vida boa. Dormir com mulheres em troca de muito dinheiro. Ele sabia que sabia dar prazer... aquela que por sua mão passou nunca mais se recuperou de sua perda.
Na sua página está escrito "Vende-se divórcios.", pois essa é a área que dá mais dinheiro do que nunca, e Fátima está disposta a pagar o preço que for.
Isenção de Responsabilidade
Halalá é uma prática que muitos dizem pertencer a religião muçulmana, mas que não tem base na sharia, por isso é refutada, mesmo assim praticada por muitos. Esta prática é aplicada, quando uma mulher é divorciada três vezes pelo mesmo marido.
No Islã, o divórcio pode acontecer de duas formas: o homem pode dizer à mulher que a divorcia, tornando o divórcio instantâneo, ou a mulher pode levar o caso ao tribunal, onde o divórcio será analisado e concedido. Após o pedido de divórcio, há um período chamado Iddah, durante o qual a mulher deve permanecer sob a tutela do marido por três ciclos menstruais, ou seja, três meses sem sair do seu lar. Se, nesse período, eles se reconciliam, o processo de divórcio é cancelado.
No entanto, se o homem divorciar-se da esposa mais duas vezes, totalizando três divórcios, eles não poderão reatar a relação, a menos que ela se case novamente e que esse novo esposo, por sua própria vontade, venha a se divorciar dela. Ela pode então voltar para o seu antigo marido. Mas as pessoas têm feito disto um negócio, e tem sido um dilema na comunidade islâmica.
Há que tomar em conta que culturas influenciam muito a forma como muçulmanos practicam a religião a volta do mundo. Existem muitas diferenças de interpretação e legislação em varias partes do mundo. E em alguns países de maioria muçulmana, o Halalá é visto como um crime punivel por lei. Isso não desmotiva as pessoas a procurarem formas clandestinas de fazer esta practica, particularmente quando as pessoas dizem estar apaixonadas, fazem qualquer coisa. E como consequencia, várias mulheres são exploradas sexualmente e extorquidas dinheiro em nome da religião. Pois, neste mundo, é muito facil explorar a ingenuidade alheia.
Este livro não pretende ser um reflexo do Islã ou uma lição sobre o islã; trata-se de uma crítica e também de um alerta, usando um exemplo fictício. Os muçulmanos vêm de diferentes países e origens e, para a maioria, a vida religiosa é profundamente influenciada pela sua própria cultura. Criminosos, abusadores, burladores, etc existem em qualquer sociedade, independentemente de religião, e a ação de açguns não representa a maioria.
Este livro não tem a intenção de ofender ninguém em particular nem de representar qualquer cultura específica. Também não tem o propósito de justificar ou incentivar a violência, o suicídio, etc. Se estes temas são algo sensível para si, pode sempre ler algo mais leve na plataforma. Cuide de sua saúde mental em primeiro.
Por favor, se você está sofrendo qualquer tipo de violência por parte do seu parceiro ou familiares, busque ajuda junto à polícia local e converse com pessoas próximas sobre suas dificuldades. Procure terapia. Nada justifica a violência.
A temperatura caiu de forma abrupta, uma anomalia imprevista em meio ao verão. O céu, antes azul e ensolarado, deixou-se encobrir de nuvens pesadas e escuras, e lá se foram os últimos vestígios do dia. Uma escuridão opressora engolfa o dia, e as ruas movimentadas ficaram logo desertas. O uivar do vento cortante empurra as folhas secas e detritos pelos passeios da metrópole. Antes mesmo das primeiras gotas de chuva se fazerem sentir, o cheiro de terra molhada já envadira as entranhas dos moradores. Duma vez as gotas de chuva caem com força, tamborilando contra vidraças, telhados e postes. A tempestade que chegara sem aviso, não vinha surpreender somente o mundo lá fora.Dentro da cobertura do aranhaceu mais alto da cidade, Fátima sentava-se no chão frio, pernas dobradas contra o peito, seu corpo comprimido como se procurasse refúgio dentro de si mesma. O vento que se infiltrava sorrateiramente pelas frestas das janelas, fazia seus fios de cabelo desfrizado dançarem suavemente.Mas ela
Estava tudo um silêncio ensurdecedor e uma escuridão tão amarga como sua tristeza envolvia o ambiente. Já haviam se passado algumas noites, e ela se confinara em sua própria casa. Tudo o que desejava que a morte a abraçasse a qualquer momento. Não tinha nada porque viver. Ele era sua vida, e agora seria a sua morte.No meio daquele silêncio opressor, um ru´do sutil se fez presente. Um barulho que vinha da porta. Seu coração falhou uma batida. Alguém estava alí. Será que ele voltou?Seus instintos despertaram, e , num impuslo, ela se levantou. Passou a mão pelo seu cabelo que por falta de cuidado já estava desengrenhado e opaco. Olheiras profundas por debaixo de seus olhos marcaram seu rosto abatido, e seu corpo debilitado por falta de alimentação, tremia levemente.Mesmo assim reuniu forças para descer as escadas da cobertura e se fazer a sala quanto antes. Cada movimento exigia esforço monumental e seus passos eram pesados.A porta se abriu devagar e lá estava uma silhueta esguia de
Fátima sentia-se afundar num abismo sem fim. Ninguem parecia perceber a gravidade de sua situação.−Está todo mundo preocupado” disse Selsabil cruzando os braços, sua expressão exasperada de quem se repetia deyenas de vezes. −Apesar de teres tomado o lado desse gigolô do teu marido, ele continua sendo teu pai, Fátima binti Ali Zacaria.−Fátima conseguia sentir ainda a irritação na voz de sua amiga, mas não se deu trabalho de responder.No que adianta, se ninguém parecia compreender.Selsabil abanou a cabeça, e suspirando saiu para atender a porta.A figura de Ali Zacaria, o magnata que a revista Forbes tantas veyes mencionara, surgiu. Mas ali não estava o homem poderoso que o mundo conhecia, ali estava um pai. Cansado, desapontado, mas incapaz de esconder tanto amor por sua filha mais nova.−Assalam alleikum, tio.− Cumprimentou o senhor que era um pouco mais baixo que ela, vestia uma roupa simples, mesmo sendo um empresário renomado, e a mesma simplicidade dera a sua filha; que não se
−Eu vou subir para o meu quarto.− Fátima anunciou, saindo o mais rápido possível. Virou as costas antes que alguém visse o véu de lágrimas que se formava nos seus olhos.Logo que fechou a porta do quarto atrás de si, deixou-se cair na cama. Ia se lamentar sozinha; pensar no que fez de errado para não merecer compaixão dele. Ela tinha feito tudo por ele, menos nada. Deu tudo. Sua lealdade, o seu corpo, a sua paz.Fátima olhava sem ler para o livro que tinha em sua mão. Coletânea de poemas de Rumi, tão profundos e emocionates, uma pêssima ideia ler enquanto com coração partido. Largou o livro no colo e passou os dedos pelo rosto, tentando conter a tempestade interior.Uma batida suave a fey erguer os olhos.−Oi...− Selsabil cumprimentou espionando através pela fresta da porta, um sorriso irreverent nos lábios. −Uau, estás com uma aura maravilhosa, a ler um livro.− Tentou soar optimista ao fechar a porta.−Oi, Selsa.− Fátima força um sorriso, mesmo tão cansada de fingir.−E então?− pergu
−Como consegues gastar tanto dinheiro numa única noite!− perguntou Salman, visivelmente irritado, enquanto atravessava a rua, vindo do Yatch Club. Postura sempre impecável, agora manchada pelo ar exasperado de uma pessoa impaciente. Trajava um fato escuro costurado para sim a medida, e no seu olhar muito desprezo.Yahya se mostrou despreocupado, dando de ombros, tira o telemóvel do bolso ignorando Salman por completo. Os dois entraram no mercedes classe S que encontrava estacionado ali perto.−Isso não vem ao caso. Bloquearam todos os meus cartões. Estou sem nem um tostão.− Yahya reclamou a injustiça, enquanto se acostava no acento do carro. − Estou a ser tratado como um criminoso. Uma injustiça, é o que é.Salman não se mostrava nada satisfeito, pois pensara que a imaturidade de Yahya ficara nos anos de faculdade. Apertou os dedos no volante, e olhou pelo canto dos olhos, batalhando a vontade de o expulsar do carro.−Está a ser investigado e se dá o luxo de gastar o que não tem?− O a
Depois de várias semanas desaparecido ele estava ali de joelhos, na sua frente a pedindo perdão. Fátima o amava, Yahya era o homem de sua vida. O prometera, o coração, a alma e a vida.Nada, absolutamente nada, a mudaria de ideia. Ela jurou pertencer a um único homem a sua vida inteira, e ela sempre soube que seria ele. Mesmo quando sua rival era sua melhor amiga, Ala. Nenhuma tinha de ficar chateada quando ele fizesse a escolha. E escolheu.−Acreditas em mim, Fátima?− Ela ficou em silencio após ouvir tanta desculpa esfarrapada.−Isso foi um complô contra mim.− insistiu. − E se Zacarias não abrir os olhos, logo vai perder muito mais, porque os seus verdadeiros inimigos ainda estão lá, na empresa.−−Eu não sei.− Ela tentou ser dura, e virou o rosto para não ser persuadida por aqueles olhos castanhos que a olhavam fundo e a despiam. −Quando a auditoria terminar... vamos saber a verdade.−−Você não parece mais aquela Fátima que eu conheço, que me fazia juras de amor... e que confiava em
Cada passo, a levava mais fundo num dilema que nunca imaginava que ia viver. Tinha crescido entre conhecimentos de certo e errado. Desde pequena ouvira as palavras do alcorão em casa e na madraça. Agora, reconsidera algo que a faz sentir suja. Precisava de respostas. Mas iria ela aceitar essas tais respostas?A duvida e coração pesado levara Fátima a procurar um conselho. Uma voz mais sabia, como uma bússola. Se era uma prática certa, poderia ser feito sem precisar de ser ocultado.Sentanda á frente da mulher de rosto sereno e sorriso simpático, sabia que tinha alí alguem em quem confiar, que não ia a julgar. A mulher vestia um jilbab preto simples, seu conhecimento sobre a religião e a vida era algo extraordinário. Rukayya.A mulher que a ensinou quando pequena. Seu olhar era caloroso, e tinha uma paciencia sem igual. Nunca teve filhos. E assim devotou sua a vida a ensinar crianças. Adorava elas, mesmo não tendo sido agraceada com filhos próprios.Fátima era agora adulta, mas na sua
Fátima tinha seu olhar fixo no imenso vidro que compunha aquela parede alta que corria duma ponta a outra da sala da cobertura. Um dos mais altos e mais luxuosos edifícios da cidade. Nunca tinha aquela vista sido tão vazia antes. Sua mente passava a imagem deles os dois ali pela primeira vez, enquanto escolhiam um apartamento; presente de casamento de seu pai. Fátima já era herdara terras fora da cidade, onde produz-se gado bovino e caprino, muito leite e productos agrícolas que se vê em variados mercados, fazia parte do projecto de Zacaria, de assegurar a vida de seus filhos, para além de ações em várias empresas e A-Z Technologies. Eram dela por direito mas pouco cuidava daquilo que seu pai a deu, e o campo não era o seu lugar predileto. Ela preferia trabalhar nos seus projectos na empresa da familia, desenvolver novas ideas e fazer uso do seu diploma em engenharia mecânica.Nunca imaginou que a sua vida fosse perder sentido dum momento para o outro. Ela queria a sua vida de volta,