Zaida Ayman e Bashir

Quando a porta se fechou atrás deles, o silêncio caiu sobre a casa como um véu pesado.

Eu me sentei lentamente no sofá, o corpo sem forças, o coração apertado.

Allah... como o tempo havia mudado tudo.

Zahir, meu filho, não era mais o mesmo homem que partira daquela casa com o olhar em chamas.

Nos olhos dele, vi hoje algo novo — uma sombra de dor, talvez arrependimento. E, por trás disso, o mesmo amor que ele tentava negar.

Ele ainda amava Sophia.

Passei as mãos trêmulas pelos cabelos.

Nunca, nem nos meus piores temores, imaginei que Zahir fosse romper com nossas tradições.

Os Ayman sempre foram um símbolo de honra, de pureza de sangue, de fidelidade às raízes.

E então ele… casou-se com uma mulher ocidental.

Por um instante, senti novamente o mesmo gelo na alma que senti quando soube do casamento.

Mas agora, vendo-os juntos, percebia o que nunca quis enxergar: ela não era o que eu pensei.

Sophia tinha uma força silenciosa, uma dignidade que doía de olhar.

E talvez.